Sim, pode ser.
Claro que é sempre uma decisão dos pais, que tem muitas
“subjectividades”, mas não existe propriamente nenhum problema em fazer isso.
Pelo contrário, pode até ter algumas vantagens, quer para a criança, quer para
os pais, pelo que importa pensar um pouco sobre a melhor forma de fazê-lo,
nomeadamente e relação à idade da criança e ao modo de actuar perante a
distância.
A partir de que idade
é que se deve começar a fazê-lo?
Não existe propriamente regra, mas é importante ter alguns
aspectos em consideração.
O primeiro tem a ver com a necessidade de segurança que
todas as crianças precisam. Isso
traduz-se, obviamente, no seu desenvolvimento e há alguns marcos que podem
influenciar a decisão de os deixar ficar ou não, tais como:
- nos primeiros meses pode ser difícil, principalmente se a
mãe estiver a amamentar, pela necessidade de proximidade física
- os bebés começam a estranhar a partir dos 5-6 meses – até
essa altura não estranham e, portanto, é mais fácil ficarem com pessoas que não
sejam os pais
- a ansiedade de separação (dificuldade em separar-se dos
pais) torna-se mais evidente a partir dos 18 meses - pode dificultar um pouco
este tipo de situação
- até aos 2 anos as crianças precisam de contacto físico
para se sentirem seguras – como não falam até essa idade, não conseguem
verbalizar bem o que sentem e acabam por precisar mais do contacto físico
Assim, provavelmente a partir dos 4 meses pode ser uma opção
deixar de vez em quando os filhos com os avós, embora volto a dizer que é uma
questão muito pessoal. No início pode ser por pouco tempo (1 almoço, por
exemplo) e depois vai-se aumentando progressivamente (1 jantar, 1 ida ao
cinema, 1 noite, …).
De qualquer forma, importa também reforçar a ideia de que esta opção deve ser uma excepção e não a regra, pois apesar dos avós serem extremamente importantes, devem ser os pais a ficar responsáveis pela educação e acompanhamento dos filhos, salvo algumas excepções.